Além disso, também vai apresentar inovações e melhorias nos veículos a gás, biometano e até a diesel
Mauro Cassane.
Scania, Divulgação
Entre as fabricantes de caminhões que produzem no Brasil, a Scania foi a primeira a apresentar um caminhão pesado 100% elétrico. O veículo, um cavalo-mecânico 4×2, será apresentado na Fenatran (de 4 a 8 de novembro, na Expo SP) no estande da empresa.
A Scania batizou o modelo elétrico de 30 G. O caminhão tem autonomia de aproximadamente 250 km (de acordo com a empresa essa autonomia foi aferida com o veículo carregado e na subida). Portanto, em condições normais de uso, fica sugerido que seria possível rodar um pouco mais do que isso.
O elétrico da Scania, que será importado da Suécia, chega com 300 kw de potência (310 cv), CMT de 66t e vem equipado com dois packs de baterias totalizando 416 kWh. O motor elétrico EMC1-4 oferece potência regenerativa 330kW e desenvolve torque de 1.150Nm.
O 30 G tem um carregador CCS2, que suporta até 375kW e 500 A, e capacidade de estar com carga total em aproximadamente 50 minutos. O preço estimado será de 2,5 milhões de reais. Já será possível até fazer pedido a partir da Fenatran mas o veículo só começará a chegar às concessionárias a partir de 2026.
Com esse caminhão elétrico que, na Suécia, já está na terceira geração, a Scania sinaliza claramente ao mercado que, como as demais concorrentes, pode ofertar aos consumidores brasileiros o produto sustentável que for demandado.
Todas as marcas de caminhões já têm seus elétricos desenvolvidos. Bem como, também têm, veículos a gás, biometano, biodiesel e até hidrogênio. O desafio daqui para frente será perceber em quais aplicações ou situações cada tipo de solução sustentável será melhor aplicada.
Para Fenatran, a Scania também vai mostrar seus caminhões 100% biodiesel, os avanços com o gás liquefeito (agora com maior autonomia pois levam mais cilindros de gás) e toda família convencional, a diesel, com melhorias tecnológicas que, também provam, é possível rodar com diesel sem necessariamente ser uma operação agressiva ao meio ambiente.
Comenta Simone Montagne, presidente da Scania Brasil: “o transportador brasileiro terá em suas mãos o mais amplo portfólio sustentável do mercado”. E é isso mesmo. Se for curta distância, e o embarcador estiver disposto a custear uma operação mais limpa, a versão elétrica pode ser uma boa alternativa.
Agora, se for média distância (de 200 a 600 km), de acordo com Alex Nucci, diretor de vendas, a opção do gás pode atender muito bem. “Acima de 600 km, aí temos como atender as novas gerações de motores diesel e biodiesel”, comenta o executivo. A tendência natural será todas as marcas terem todas essas opções. A Scania, enfim, fez aposta certa e já tem em seu cardápio todas elas.
Veículos mais tecnológicos são, naturalmente, mais caros. De acordo com Nucci, os clientes já estão buscando, em determinadas operações onde os embarcadores exigem veículos mais sustentáveis, a opção da locação. O executivo conta que a Scania já tem mais de 300 veículos nesta modalidade “e a tendência é crescer mais”. Deste total, cerca de metade são veículos movidos a combustíveis alternativos como gás e biometano.
Como o preço dos elétricos é, ainda, alto demais. Certamente este tipo de caminhão vai ser ofertado em situações bem específicas e, na maioria das vezes, acredita Nucci, o frotista vai optar pela locação.
O estande da Scania na Fenatran terá o 30 G 4×2 elétrico em destaque mas também o novo P 280 6×4 XT (‘Light Construction’), o semipesado P 280 6×2 (agora equipado com motor de 7 litros), o 460 R 6×2 Super, 500 RH 6×4 Super B100 (100% biodiesel) e o G 460 6×2 (movido a gás/biometano).
“As novidades da linha rodoviária 2025 acima de 420 cavalos de potência estão voltadas para segurança e conforto para o motorista”, diz Rodrigo Arita, gerente de Portfólio de Produtos da Scania Operações Comerciais Brasil. Passam a integrar a lista de itens de série: o airbag lateral de cortina (por ora só oferecido pela Scania), airbag frontal, geladeira e gaveteiro, volante com controle de multimídia e detalhes cromados, compartimentos externos dos dois lados da cabine ao lado das portas e farol de milha no teto da cabine.
Uma novidade interessante foi a Scania valorizar novamente os motores downsize. De olho em nichos do mercado para crescer as vendas dos veículos da família P (semipesados), a marca lançou dois novos modelos com tração 4×2 e 6×2 equipados com seu motor de 7 litros que entrega 250 cv em torque de 1.200 Nm. Com motor menor, mais leve, mais econômico e, naturalmente, com preço mais enxuto para brigar neste segmento competitivo.
