Com três câmeras alocadas nos caminhões, tecnologia analisa sinais como distração e sonolência dos motoristas
O sistema de inteligência artificial (IA) implementado pela JBS em sua frota de caminhões é capaz de identificar fatores de risco e evitar acidentes de trânsito. Adotado pela TRS, transportadora da divisão de novos negócios da companhia, o sistema emite alertas ao detectar sinais de fadiga do motorista, uso de celular ao volante, não utilização de cinto de segurança e risco de colisões.
Entre junho de 2022 a junho de 2024, os cerca de 1.500 veículos da frota da empresa que contam com o sistema registraram queda de 20% no número de alertas de fadiga por quilômetros rodados. Desde a implementação da ferramenta, em 2022, os alertas ajudaram a evitar mais de mil potenciais acidentes.
É o caso de Jhon Lenon da Silva Patrício, cuja vida foi salva por meio da intervenção do sistema. Durante uma viagem, Patrício demonstrou sinais de sonolência. Alertada pela ferramenta, a equipe da TRS contatou o motorista. Ele relatou ao atendente estar sofrendo de dores no peito e mal-estar. Imediatamente, o resgate foi acionado e o profissional, socorrido. “Posso dizer que o sistema salvou minha vida, porque eu estava infartando e não sei se conseguiria chamar ajuda. Mas atendi a ligação da empresa e o resgate chegou a tempo de me socorrer”, conta.
O gerente de riscos da TRS, Leandro Ferraz, reforça que a ferramenta é mais uma iniciativa da companhia em prol da segurança do time. “Atualmente, contamos com treinamentos e ações focados na segurança e qualidade de vida dos motoristas. Com o complemento da implementação do sistema de câmeras inteligentes nos caminhões da frota, e em ônibus que levam os colaboradores, estamos conseguindo evitar acidentes identificando situações de risco”, afirma. Ele informa ainda que, para garantir o cumprimento do tempo de descanso obrigatório dos motoristas, os veículos ficam bloqueados.
O sistema é composto por três câmeras instaladas nos caminhões: uma na cabine, com foco no comportamento do motorista; outra direcionada para os olhos do profissional; e uma terceira focada na rodovia. Um sistema de inteligência artificial analisa em tempo real os dados coletados e identifica se o colaborador apresenta sinais de distração, fadiga, se está bocejando ou mexendo no celular, bem como se está utilizando o cinto de segurança, realizando ultrapassagem em faixa contínua ou se corre o risco de colisão frontal. A ferramenta é capaz, ainda, de avaliar a íris e a sequência e velocidade do piscar dos olhos, indicando se o profissional está sonolento ou com um comportamento que possa ser considerado anormal.
Em situações de risco, o programa emite um sinal de alerta instantâneo dentro da cabine e, na sequência, aciona a central de monitoramento. Um profissional habilitado analisa os dados e inicia um protocolo de segurança, que consiste em contatar o condutor para verificar a situação, efetuando perguntas elaboradas por profissionais da medicina. Se for necessário, o motorista é auxiliado no processo de parada do veículo no ponto seguro mais próximo. Havendo reincidência de alertas de sonolência do motorista, ele será encaminhado à área de saúde para realização de exames de detecção de possíveis doenças relacionadas à qualidade de sono do condutor.
Redação TranspoData
Foto JBS, Divulgação
