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Investimento em IA eleva níveis de produtividade na TER Brasil

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Empresa de Caxias do Sul já percebe resultados expressivos com o uso da ferramenta

 

Roberto Hunoff

Fotos Vinicius Rech, Divulgação

 

Fabricante de equipamentos hidráulicos, com foco principal em transmissões de força, a TER Brasil deu início em 2024 a um processo de mudanças em busca de maior produtividade na estrutura fabril. Uma das principais medidas foi a adoção da inteligência artificial para o gerenciamento das máquinas. Instalada em cada um dos equipamentos em operação na manufatura, a solução avalia o nível produtivo, se a entrega é a esperada pela empresa, aponta problemas em curso e que exigem ações, bem como o desempenho individual dos trabalhadores. “Na prática, é como termos analistas de processo, monitorando em tempo integral cada uma das máquinas”, compara o gerente de operações Sandro Hasse.

 

Segundo o executivo, os primeiros resultados obtidos já apontam importantes ganhos para a companhia. Dentre as falhas indicadas pelo MES, nome da solução, estavam a falta de áreas de manutenção e preparação das máquinas. Com a implementação destas áreas, dentre outras, a empresa conseguiu redução nos tempos de parada das máquinas, resultando em aumento de produtividade, e no custo de produção.

 

Hasse cita que no modelo anterior de manutenção, que era terceirizado, os equipamentos ficavam parados de dois a três dias. Com a criação do setor interno, o tempo caiu para, no máximo, seis horas. O setup de máquinas, que era de três a quatro horas, foi reduzido para 20 minutos, com a criação de uma área responsável por preparar o processo e entregar para o operador realizar a mudança. Desde dezembro de 2024, a IA também faz o gerenciamento das pessoas, indicando principalmente o tempo de cada processo e eventuais distorções entre operadores e turnos para incremento de melhorias.

 

Atualmente, toda a área de manufatura é monitorada pela ferramenta, o que representa em torno de 85% do quadro de funcionários. Ainda neste semestre, o sistema será estendido para a linha de montagem. “Ganhamos em produtividade e segurança, além da criação de vagas diretas”, cita o gerente, que recebe relatórios completos com dados sobre o comportamento dos equipamentos e sugestões de ajustes quando necessários.

 

Para colocar todos os processos sob gerenciamento da IA, o processo fabril da TER Brasil está recebendo equipamentos 100% automatizados para substituir as atividades manuais, visando aumentar a segurança, a produtividade e reduzir índices de rejeição. Neste ponto, um equipamento recém instalado zerou a rejeição de peças, que era de 2,5%. Reconhece, no entanto, que um dos desafios a ser superado é a carência de mão de obra especializada. Hasse acrescenta que os novos equipamentos têm capacidade de produção até três vezes maior do que os atualmente usados.

 

Outro movimento recente envolve a área de logística, que apresentava problemas frequentes pela dificuldade de controle da preparação dos pedidos para entrega.

A empresa investiu, há cerca de dois meses, em um sistema automatizado, que reduziu o esforço dos operadores na movimentação de volumes e garantiu a inclusão da rastreabilidade de todo o processo. “Ganhamos em tempo e assertividade. O sistema opera com leitor de código de barras, que zera a possibilidade de erros, e nos permite identificar, em caso de problemas no equipamento, o seu histórico de produção”, frisa.

 

Na mesma área está em andamento a substituição gradual de caixas de madeiras por estruturas de aço para o armazenamento e transporte das peças. A medida repercute em ganhos ambientais em razão das perdas expressivas das caixas de madeira, e de layout, com melhor utilização dos espaços.

 

Localizada em Caxias do Sul (RS), a TER Brasil investiu, no ano passado, mais de R$ 5,5 milhões em três novos pavilhões e na modernização do parque de máquinas, bem como do laboratório técnico. Para 2025, estão planejados mais R$ 8 milhões.

 

A TER Brasil tem quatro linhas principais de produtos, sendo carro-chefe a tomada de força, com participação de 50% na composição da receita. Anualmente, produz em torno de 30 mil unidades e tem por meta tornar-se, em 2025, referência no mercado da América Latina. As demais linhas são bomba hidráulica e kit hidráulico, com 15% de participação cada, e caixas de transferência, com 20%. A empresa tem destaque na produção de itens voltados a atender caminhões chineses, de grande presença no mercado latino-americano. As exportações representam em torno de 6%.

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