Trecho concedido de quase 570 quilômetros de extensão inclui rodovias federais e estaduais
Redação TranspoData
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Mediante proposta de 26,6% de desconto sobre a tarifa básica de pedágio, a CCR S/A venceu o leilão para concessão das rodovias que integram o chamado Lote 3, do Paraná. A concessionária vai administrar a infraestrutura da malha norte pelos próximos 30 anos, com aportes de R$ 15,91 bilhões.
O leilão teve a participação de quatro interessados, tendo como critério a menor tarifa associada à curva de aporte. As demais concorrentes foram os consórcios Infraestrutura PR, associação entre as empresas EPR 2 Participações S.A. e Perfin Voyager, especializadas em investimentos em concessões de rodovias e mobilidade, com 24,18% de desconto; Infra BR V Missouri Holding I S.A. controlado pelo grupo Pátria, ofertou 22%; e Paraná 4UM Opportunity, 16,42%.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, ressaltou a diferença entre o valor que deverá ser pago por quem trafegar nas rodovias que integram o Lote 3 em comparação ao pedágio cobrado na concessão anterior. “A tarifa média praticada na região era de R$ 25 para 100 quilômetros no passado. A partir de agora será em média R$ 10 para o mesmo percurso, cerca de 70% de desconto”, frisou.
O Lote 3 possui 569,75 quilômetros de extensão e inclui rodovias federais (BR-369/373/376/) e estaduais (090/170/445/323). Liga Ponta Grossa a Londrina, além de permitir acesso a Maringá. Os três municípios são os mais populosos do interior do estado. Juntos somam mais de 1,3 milhão de habitantes e integram o ranking dos 10 maiores parques industriais do Paraná.
De acordo com o CEO da CCR, Eduardo Camargo, as rodovias deste lote formam um importante corredor de exportação. “É uma região pujante e operamos parte deste lote pela Rodonorte no passado. É uma alegria enorme poder voltar aqui com um ativo tão importante para o grupo CCR e, com ele, passamos de 4 mil quilômetros de rodovias operadas”, comentou. O leilão do Lote 3 foi realizado em parceria com o governo do Paraná.
Com atuação de mais de duas décadas no setor de concessões, a CCR administra atualmente 11 concessionárias em cinco estados brasileiros: Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Paraná, já detém as concessões dos portos de Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu.
Obras
Dos R$ 15,9 bilhões que serão aplicados no Lote 3, R$ 9,87 bilhões são em investimentos em bens de capitais e R$ 6,04 bilhões em despesas operacionais. O projeto de concessão prevê 132 quilômetros de duplicações, dos quais 54,16 serão na BR-376 e 24,6 de faixas adicionais.
Também são aguardados quatro contornos rodoviários para desafogar o trânsito no perímetro urbano. Somente na BR-376, entre Ponta Grossa e Londrina, cerca de 15 mil veículos transitam em média, diariamente. É a principal rodovia do Lote 3 e corta diversos municípios, onde caminhões disputam espaço com veículos leves e de passeio. Os contornos devem permitir a separação de fluxo e, consequentemente, o fim de congestionamentos que se estendem por quilômetros.
Os quatro contornos juntos totalizam 61,64 quilômetros a mais de rodovia. Serão dois em Ponta Grossa, um em Califórnia e outro em Apucarana. Estão igualmente previstas 22 novas passarelas e 314 pontos de ônibus. Os motoristas de caminhões também irão dispor de dois Pontos de Parada e Descanso. Cerca de 143 mil empregos devem ser gerados com a concessão do Lote 3.