Governo do Espírito Santo investiu em equipamentos para 90 pontos
Os pontos de pesagem de veículos no Brasil, as balanças rodoviárias lentas, já podem ser substituídas por uma tecnologia mais moderna, eficaz e econômica. Ao mesmo tempo, ela é capaz de registrar o fluxo de veículos, capturar imagem, identificar a marca, modelo, placa, local, data e horário da infração e, adicionalmente, gerar um vídeo.
Segundo o DNIT, atualmente há 73 postos de pesagem em funcionamento nas rodovias administradas pela União. O órgão afirma que trabalha em modificações na proposta original do plano para implementar novas tecnologias na fiscalização. O objetivo é instalar Postos Integrados Automatizados de Fiscalização em 16 BRs.
O modelo possibilitará a pesagem de cargas na velocidade normal da via, o que deve reduzir a necessidade de agentes de trânsito nos postos, aumentar a eficiência na fiscalização e diminuir o tempo de parada dos veículos nas balanças. Atualmente há dois processos abertos para contratar as empresas que irão implantar novos sistemas em 12 rodovias federais.
Em 2023, pela primeira vez no Brasil, no trecho da concessionária Ecovias do Cerrado, BRs 364 e 365, que liga Uberlândia (MG) à Jataí (GO), foi instalada a pesagem de veículos na velocidade diretriz da via, sem o uso da chamada balança lenta. Recentemente, o governo do Espírito Santo instalou o sistema em 90 pontos.
O diretor-presidente da Velsis, empresa responsável pela tecnologia, Guilherme Araújo, ressalta que, no estado, o acidente mais frequente envolvendo veículos de carga é o tombamento, responsável por quase metade dos eventos. “Além de representar 47% dos acidentes com veículos de carga, o tombamento também é o tipo de sinistro com maior necessidade de atenção, uma vez que possui alta frequência e impacto representativo para a via, o tráfego e a segurança”, exemplifica.
O departamento de trânsito de El Salvador importou nove balanças de pesagem em movimento HS-WIM para otimizar o tráfego de caminhões e fiscalizar o excesso de carga, contribuindo com a durabilidade do pavimento e maior segurança nas rodovias. Os equipamentos integram o programa Sistema Centralizado e Integrado de Gestão da Mobilidade em El Salvador.
Vantagens
O especialista em tecnologia em mobilidade urbana, Guilherme Araújo, explica que uma das principais causas de deterioração das vias no Brasil é o excesso de carga, que também altera o funcionamento dos veículos e a segurança das estradas. “A vida útil de uma rodovia cai, normalmente, em média, 30% ao ano. Naquelas em que o tráfego é mais intenso e servem para o escoamento da produção, o indicador chega a reduzir 70%”, afirma.
O uso da tecnologia HS-WIM pode gerar economia aos cofres públicos, se incluído nos novos editais de licitação do pacote de concessões de rodovias federais e estaduais. O sistema, em uso em diversos países e estados brasileiros, contribui para evitar o excesso de peso e a disparidade concorrencial entre transportadores, reforçar a segurança e fiscalização nas estradas e evitar o roubo e o desvio de cargas e a sonegação fiscal.
O sistema possui equipamento e sensor genuinamente brasileiros. Entre as vantagens, eles diminuem atrasos de viagens, reduzem a emissão de poluentes, uma vez que veículos não necessitam reacelerar;, têm menores custos de implantação física se comparados com as obras necessárias à implantação de balanças fixas; fazem a fiscalização eletrônica de todos os serviços relacionados ao transporte rodoviário de cargas; e realizam a fiscalização remota do excesso de peso, otimizando a disponibilidade de fiscais e melhorando a prestação dos serviços públicos, entre outras funções.
Por que fazer a pesagem de caminhões?
Pesar caminhões é um procedimento comum na vida do caminhoneiro, evitando o comprometimento do veículo e da rodovia pelo peso excessivo. O sobrepeso de 20% no veículo pode provocar até 50% de desgaste no asfalto. Outro ponto é que o sobrepeso obriga o veículo a rodar em velocidade mais baixa, o que pode prejudicar o tráfego.
O excesso de carga de até 600 quilos resulta em infração média e multa de R$ 85,15; entre 601 e 1.000 quilos, multa grave e R$ 127,69; e acima de 1.000 quilos, a cada 500 quilos, multa gravíssima e R$ 191,54. Também pode ocorrer a retenção do veículo para transbordo. A liberação se dá somente após o excesso de carga ser removido.
Redação TranspoData
Foto Velsis, Divulgação
