Mais recente levantamento revela o menor índice desde 2023
Redação TranspoData
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A mais recente edição do Índice de Confiança do Transportador (ICT), da Confederação Nacional de Transporte (CNT), revela cenário preocupante para o transporte rodoviário de cargas em São Paulo. O levantamento mostra que a confiança dos empresários do setor caiu para 45,9% no segundo trimestre de 2025, o menor patamar desde o início da série histórica, em 2023.
O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo (Fetcesp), Carlos Panzan, alerta que os números refletem um ambiente de negócios extremamente desafiador. “O ICT é uma ferramenta fundamental, pois nos permite entender como o empresário enxerga tanto o presente quanto o futuro do setor. Os dados de São Paulo acendem um sinal amarelo. Estamos enfrentando um cenário de custos elevados, incertezas econômicas e falta de estímulo à atividade produtiva”, observa.
A pesquisa aponta que o índice de percepção das condições atuais despencou para 37,2%, queda de 9,1 pontos em relação ao último trimestre de 2024. “Isso revela que os transportadores paulistas estão insatisfeitos com a economia e com o desempenho de seus próprios negócios”, avalia o dirigente.
A percepção negativa dos transportadores paulistas é reflexo da taxa de juros elevada, que dificulta investimentos, e da incerteza econômica, que compromete o planejamento. Soma-se a isso a retração no consumo, na atividade industrial e comercial. A ausência de reformas estruturais e o aumento da burocracia agravam o cenário. Há também preocupação com a alta de impostos e o crescimento das despesas públicas. “Tudo isso pressiona as margens, que seguem cada vez mais apertadas”, reforça.
Já o índice que mede as expectativas para os próximos seis meses ficou em 50,2%, mostrando leve otimismo, ainda que no limite da neutralidade. Panzan enfatiza que, mesmo neste contexto, é possível observar investimentos na modernização das operações, capacitação das equipes e busca por mais eficiência, apesar da evidente necessidade de um ambiente econômico mais favorável.
O presidente da Fetcesp ressalta que a leitura desses indicadores é essencial para orientar o diálogo com o poder público. “Nosso papel é levar essa realidade aos governos estadual e federal. É preciso criar condições mais adequadas para quem gera emprego, movimenta a economia e garante o abastecimento do país. Se não houver mudanças na condução da política fiscal, no ambiente regulatório e na redução dos custos operacionais, essa tendência de baixa confiança tende a se agravar”, alerta.
