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Randoncorp apura lucro líquido de R$ 408 milhões

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Receita líquida do ano passado, de R$ 11,9 bilhões, é a maior na história da companhia

 

Roberto Hunoff

Foto Alex Battistel, Randoncorp, Divulgação

 

A Randoncorp encerrou 2024 com a maior receita líquida consolidada da sua história de 76 anos, alcançando R$ 11,9 bilhões, aumento de 9,4% na comparação com o exercício anterior. O lucro líquido de R$ 408,1 milhões é 7% superior ao de 2023 e a margem líquida fechou em 3,4%, levemente abaixo do ano anterior, de 3,5%. Os dados constam do balanço financeiro divulgado na quarta-feira (19) e detalhado pela gestão do conglomerado para analistas de mercado em teleconferência na manhã da quinta-feira (20).

 

O ebitda ajustado chegou a R$ 1,6 bilhão, alta de 6% em relação a 2023, com margem de 14%. De acordo com a companhia, o ano reuniu conquistas relevantes em diferentes verticais da companhia, principalmente pela expansão dos negócios no exterior e em segmentos como a reposição. “Fechamos um ano repleto de movimentos estratégicos, fundamentais para a perenidade dos negócios. O foco agora está na integração das novas empresas e na busca pela captura de sinergias. Com isso, ampliaremos a rentabilidade e reduziremos a alavancagem, ainda dentro do próximo ciclo”, destacou o CFO Paulo Prignolato.

 

No mercado externo, a empresa teve receita líquida de US$ 437,8 milhões, recuo de 6,2% em relação a 2023. O resultado se deve à queda de 26,8% nas exportações, as quais somaram US$ 142,5 milhões. Já as receitas das operações localizadas no exterior totalizaram R$ 295,3 milhões, alta de 8,6%.

 

Ao longo do ano, o conglomerado aportou R$ 1,576 bilhão, aumento de 66%, com destaque para os investimentos não orgânicos, na ordem de R$ 633 milhões, alta de 367% sobre 2023. Para investimentos orgânicos foram destinados R$ 460 milhões, incremento de 32,6%, e para integralização de capital, R$ 482 milhões, acréscimo de 3,7%.

 

A dívida líquida, sem incluir valores do Banco Randon, fechou em R$ 2,6 bilhões, alta de 63%. De acordo com a companhia, o crescimento se deve, principalmente, pela captação de recursos para a aquisição da EBS na ordem de R$ 477 milhões, e o maior custo médio da dívida no mercado nacional pela elevação da taxa Selic.

 

Guidance ainda em análise

 

A empresa ainda não estabeleceu o guidance para 2025, o que deve ser anunciado ao longo do mês de abril. Daniel Randon, presidente do grupo, adiantou, no entanto, que o ano será desafiador. Já há, porém, uma expectativa em relação ao comportamento das verticais que formam o grupo.

 

Para autopeças, a projeção é de ampliação dos negócios no segmento de máquinas agrícolas, principalmente pela conquista de novos clientes e homologação de produtos; expansão das receitas de reposição, especialmente pela captura de sinergias com a EBS e adição de capacidade produtiva de fundidos, com a Castertech Mogi Guaçu; ramp up de produção da Suspensys Mogi Guaçu, com inauguração programada para o primeiro semestre do ano; e entrada no mercado norte-americano de eixos e suspensões por meio da AXN desde o mês passado.

 

Na vertical controle de movimento, o foco será na consolidação e integração dos resultados e captura de sinergias da Dacomsa, empresa mexicana adquirida no final do ano passado. Na avaliação da empresa, o ambiente de negócios é favorável, com a continuidade da demanda do mercado de reposição, impulsionada por cenário de juros altos e menor nível de vendas de veículos novos, e investimentos em automação no centro de distribuição do site Extrema (MG) e na construção da subestação de energia do site Fremax, em Joinville (SC).

 

Para a vertical montadora a conduta é de cautela. Apesar da expectativa de safra recorde no Brasil, que pode gerar demanda de semirreboques para o transporte de grãos, a empresa aponta a alta dos juros como ponto de atenção para os próximos meses. Como prioridade está a execução do plano de recuperação operacional por meio de automação e eficiência nas unidades fabris, principalmente na localizada em Araraquara (SP).

 

A gestão cita como variantes positivas o mercado aquecido no segmento industrial e a recuperação gradativa das exportações para os países da América do Sul, em especial a Argentina. A Hercules, empresa localizada nos Estados Unidos, já tem carteira de pedidos na ordem de 2 mil unidades para o ano.

 

Na vertical de serviços financeiros, a expectativa em consórcios é de expansão da oferta de soluções financeiras e digitais para o segmento de logística, especialmente pela aquisição da Delta, em janeiro deste ano. A empresa ainda trabalha no fortalecimento da Rands como plataforma completa de serviços, o que deve alavancar negócios para a vertical. Destaque para a conquista de novos negócios pela joint venture Addiante, que fechou, em dezembro passado, contrato para a locação de 1,6 veículos para a Ambipar.

 

Na vertical tecnologia avançada, a Auttom segue entregando os projetos, com carteira ativa no exterior, apesar da cautela do mercado na virada para 2025. Também terá início a oferta dos serviços de sistema avançado de assistência ao condutor. Já a NIONE tem em carteira cerca de 80 projetos de nanotecnologia em produtos de clientes.

 

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